Les photos 2 et 3 ci-dessus prises par Ruth Landes le 18 septembre 1938 à Itapagipe, Salvador, font partie de la collection de la Smithsonian Institution aux USA *. Landes écrit dans son livre A Cidade das Mulheres (1947), qui a participé à une fête à Cabaceiras da Ponte à Itapagipe.
Et il continue de décrire une roda de capoeira qu'il y a regardée:
«Nous étions arrivés à l'endroit où les hommes se préparaient à la capoeira. Les spectateurs se pressaient autour d'un large cercle et il n'y avait ni une femme ni un prêtre parmi eux. À un moment donné à l'intérieur du cercle se trouvaient trois grands noirs, chacun tenant un berimbau, avec une extrémité posée sur le sol. Bientôt, d'autres instrumentistes sont apparus - l'un avec un ", l'autre avec un pandeiro. Edison et les autres m'ont aidé à avancer et nous étions heureux de changer de sujet.
O CAPOEIRISTA.
Já começam os fios de cabelo branco na carapinha de Samuel Querido de Deus. Sua côr é indefinida. Mulato, com certeza. Mas mulato claro ou mulato escuro, bronzeado pelo sangue indígena ou com traços de italiano no rosto anguloso? Quem sabe? Os ventos do mar nas pescarias deram ao rosto do Querido de Deus essa côr que não é igual a nenhuma côr conhecida, nova para todos os pintores.
Êle parte com seu barco para os mares do sul do Estado onde é farto de peixe. Quantos anos terá? É impossível saber nesse cais da Bahia, pois que há muitos anos que o saveiro de Samuel atravessa o quebra-mar para voltar, dias depois, com peixe para a banca do Mercado Modêlo. Mas os velhos canoeiros poderão informar que mais de sessenta invernos já se passaram desde que Samuel nasceu. Pois sua cabeça já não tem fios brancos na carapinha que parece eternamente molhada de água do mar?
Mais de sessenta anos. Com certeza. Porém, ainda assim, não há melhor jogador de capoeira, pelas festas de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na primeira semana de dezembro, que o Querido de Deus. Que venha Juvenal, jovem de vinte anos [25 em 1944, tido nascido em 1919], que venha o mais célebre de todos, o mais ousado, o mais ágil, o mais técnico, que venha qualquer um, e Samuel, o Querido de Deus, mostra que ainda é o rei da capoeira da Bahia de Todos os Santos. Os demais são seus discípulos e ainda olham espantados quando êle se atira no rabo-de-arraia porque elegância assim nuna se viu... E já sua carapinha tem cabelos brancos...
Existem muitas histórias a respeitos de Samuel Querido de Deus. Muitas histórias que são contadas no Mercado e no cais. Americanos do norte já vieram para vê-lo lutar. E pagaram muito caro por uma exibição do velho lutador.
Certa vez seu amigo escritor foi procurá-lo. Dois cinematografistas queriam filmar uma luta de capoeira. Samuel chegara da pescaria, dez dias no mar e trazia ainda nor olhos um resto de azul e no rosto um resto de vento sul. Prontificou-se. Fomos em busca de Juvenal. E, com as máguinas de som e de filmagem, dirigimos-nos todos para a Feira de Água dos Meninos. A luta começou e foi soberba.
Os cinematografistas rodavam suas máquinas. Quando tudo terminou, Juvenal estendido na areia, Samuel sorrindo, o mais velho dos operadores perguntou quanto era. Samuel disse uma soma absurda na sua língua atrapalhada. Fôra quanto os americanos haviam pago para vê-lo lutar. O escritor explicou então que aquêles eram cinematografistas brasileiros, gente pobre. Samuel Querido de Deus abriu os dentes num sorriso compreensivo. Disse que não era nada e convidou todo mundo para comer sarapatel no botequim em frente.
Podeis vê-lo de quando em quando no cais. De volta de uma pescaria com seu saveiro. Mas com certeza o vereis na festa da Conceição da Feira derrotando os capoeiristas, pois êle é o maior de todos. Seu nome é Samuel Querido de Deus.*
* Êsse perfil do Querido de Deus foi escrito em 1944, quando êle ainda vivia.